31 julho 2025

Camarada Almir Fernandes, presente!


Almir Fernandes, o primeiro à esquerda, inauguração do Centro Cultural Octavio Brandão, 2003.

Faleceu, no dia 12 de julho, aos 65 anos, de causas naturais, nosso camarada Almir Fernandes, deixando esposa, filhos e netos. 

Almir iniciou sua militância participando das lutas dos funcionários da Light, empresa onde trabalhava. Filiado ao então Sindicato dos Eletricitários e Gasistas, atuou em todas as grandes mobilizações da categoria a partir da greve de 1984. Sua presença ativa em assembleias, piquetes e nos comandos de greve ficaram registradas na memória dos seus companheiros. Nessa época, ingressou na Convergência Socialista e depois no PSTU, partido com o qual romperia no final dos anos noventa.

Demitido após a privatização da Light, Almir abraçou a carreira de professor. Aprovado no concurso público, passou a atuar nas lutas da sua nova categoria, junto ao Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE-RJ). Reconhecido por alunos e colegas professores pela sua dedicação e liderança, Almir foi eleito diretor de escola. Prestes a se aposentar, nosso camarada enfrentava mais uma luta, desta vez contra as protelações e exigências descabidas no seu processo de aposentadoria.

Mas o vascaíno Almir não esmorecia facilmente, seguia firme nas suas convicções antirracistas e revolucionárias. Mesmo  nos últimos anos enfrentando problemas de saúde, ele militava conosco no CCP, panfletava o boletim "Papo Reto", debatia nas reuniões sobre a necessidade, dificuldade e possibilidade de construirmos a ferramenta essencial para a revolução socialista: um  partido comunista proletário.

Honrando sempre todos os combatentes pela revolução proletária, seguiremos na luta camarada Almir Fernandes!

 



25 abril 2025

CCP Informa

 

Boletim nº 01, 2025.

PAPO RETO


    Aumentos de preços estão devorando os salários!

O primeiro trimestre do ano foi repleto de aumentos de preços generalizados, que atingem os alimentos, passagens, tarifas de água, energia, além de vários outros. Os salários dos trabalhadores, que já são muito baixos, sofrem rápida desvalorização frente a alta do custo de vida. Enquanto os empresários garantem gordos lucros, quem vive do seu trabalho amarga sérias dificuldades.



Hoje em dia metade dos trabalhadores está no chamado mercado informal, nem mesmo as garantias mínimas da carteira assinada eles têm. Seus ganhos também são insuficientes para acompanhar a subida dos preços. A verdade é que todos os trabalhadores, sejam assalariados ou informais, sofrem com a brutal exploração capitalista.

A voracidade dos aumentos de preços se deve ao sistema econômico e político que só presta para garantir lucros para as grandes empresas. Governo, parlamento e judiciário formam um Estado carcomido, envolvido em todo tipo de corrupção e bandalheira. Desses não podemos esperar nenhuma solução, pelo contrário, suas ações tem como principal objetivo manter o povo trabalhador cativo da exploração capitalista.

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Privatizações não resultaram

 em qualidade e baixo custo


Foi propaganda enganosa! Todo o discurso martelado pela mídia, ao longo das últimas três décadas, sobre as vantagens em transferir para a inciativa privada serviços públicos essenciais está mais do que desmoralizado, desmentido que foi pelos fatos.

Os problemas frequentes enfrentados no dia a dia da população, como: transportes caros, lentos e superlotados, apagões, falta de água e saneamento, insuficiências graves nas áreas da saúde e educação, são reflexo da entrega das empresas estatais e dos serviços essenciais para grandes empresas privadas que visam apenas lucrar às custas do povo.

Serviços públicos são obrigação do Estado que recolhe impostos justamente para custeá-los. Mas o Estado no Brasil é dominado pela classe dominante (burguesia), classe que faz o que bem entende no país. Administra mal e sucateia o patrimônio público para depois se apossar dele através das privatizações e impor tarifas absurdas!

Tanto o governo atual (Lula-Alckmin), como os bolsonaristas, defendem e praticam a privatização das empresas estatais e dos serviços que deveriam ser públicos e gratuitos. Ambos representam facções da classe dominante, são meros gerentes do Estado capitalista. Não se iluda, Lulismo e bolsonarismo são inimigos do povo trabalhador.

Apenas reclamar pelos cantos não adianta. Só mesmo nos organizando para lutar contra o poder tirânico dos grandes monopólios empresariais e dos seus políticos lacaios, é que poderemos dar um fim ao ciclo interminável de roubalheiras e exploração a que estamos submetidos.

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Guerra, genocídio e decadência: o capitalismo por trás de tudo.


O primeiro quartel do século XXI mostrou, de forma nítida, que os sinais de retrocesso social e econômico vêm se aprofundando. A concentração absurda da riqueza nas mãos de uns poucos, o aumento da fome, das guerras, dos genocídios, as políticas de extermínio praticadas por forças policiais e narcomilicianas, não deixam dúvidas sobre o rumo nefasto que vem sendo trilhado pela humanidade.

Informações atualizadas dão conta que os 10% mais ricos da população mundial ficam com mais de 50% de toda a renda, enquanto os 50% mais pobres recebem apenas 5%. Esse abismo social está na raiz de todos os problemas. Guerras e atrocidades são cometidas pelos Estados que defendem os privilégios dessa minoria e os interesses dos seus monopólios empresariais espalhados pelo mundo.

O genocídio que Israel está fazendo na Palestina não é obra do acaso, ou da insanidade de um governante, por mais insano que ele possa ser. O que move essa e outras tantas barbaridades pelo mundo são os interesses expansionistas e disputas acirradas entre as principais potências pela supremacia no sistema imperialista.

Tudo isso nos indica que o risco de uma Terceira Guerra Mundial, inclusive com uso de armas nucleares, é uma ameaça real que paira sobre a humanidade enquanto perdurar o capitalismo.

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Redução da jornada de trabalho é possível e necessária.


O Brasil tem uma das maiores jornadas de trabalho do mundo, aqui a legislação diz que a jornada máxima semanal é de 44 horas e garante apenas uma folga na semana. Em consequência, grande parte da classe trabalhadora está submetida ao regime 6x1, o que impede o descanso necessário, ter tempo para cuidar da família, da moradia, dos estudos e dos assuntos pessoais.

Vários projetos de lei tratando dessa matéria já foram apresentados ao Congresso e o desfecho é sempre o mesmo, acabam rejeitados ou engavetados. Somente um movimento vigoroso da classe trabalhadora, fazendo grandes manifestações e greves, poderia ter força necessária para obrigar essa cambada de deputados e senadores, serviçais do grande empresariado, a votar um projeto de redução da jornada e que garanta pelo menos duas folgas semanais.

Movimentações incipientes, convocadas pelas redes sociais, sem inserção efetiva no proletariado, visam apenas promover figuras e partidos com objetivos eleitoreiros. Apostam em negociar com governo, congresso e STF dominados pela burguesia e seus lacaios, certamente estarão fadados ao fracasso.

O que está em jogo são as condições de vida dos trabalhadores e suas famílias, isso é coisa séria. Somente a unidade e mobilização efetiva da classe podem conquistar a redução da jornada de trabalho contra a exploração patronal.


Poder Proletário, Paz e Socialismo!

Coletivo Comunista Proletário - CCP


Contatos: ccpcoletivo@proton.me






22 abril 2025

Marxismo e Reformismo

Lenin



Os marxistas, diferentemente dos anarquistas, reconhecem a luta por reformas, isto é, por melhorias na situação dos trabalhadores que deixam como antes o poder nas mãos da classe dominante. Mas, ao mesmo tempo, os marxistas travam a luta mais enérgica contra os reformistas, que direta ou indiretamente limitam as aspirações e a atividade da classe operária às reformas. O reformismo é um engano burguês dos operários, que permanecerão sempre escravos assalariados, apesar de determinadas melhorias, enquanto existir a dominação do capital.

A burguesia liberal, dando reformas com uma das mãos, retira-as sempre com a outra, reduzindo a nada, utiliza-as para subjugar os operários, para os dividir em diversos grupos, para perpetuar a escravidão assalariada dos trabalhadores. Por isso o reformismo, mesmo quando é inteiramente sincero, transforma-se de fato num instrumento de corrupção burguesa e enfraquecimento dos operários. A experiência de todos os países mostra que, confiando nos reformistas, os operários foram sempre enganados.

Pelo contrário, se os operários assimilaram a doutrina de Marx, isto é, tomaram consciência da inevitabilidade da escravidão assalariada enquanto se conservar a dominação do capital, então não se deixarão enganar por nenhumas reformas burguesas. Compreendendo que, conservando-se o capitalismo, as reformas não podem ser nem sólidas nem sérias, os operários lutam por melhorias e utilizam as melhorias para continuarem uma luta mais tenaz contra a escravidão assalariada. Os reformistas procuram dividir e enganar os operários com esmolas, afastá-los da sua luta de classe. Os operários, conscientes da falsidade do reformismo, utilizam as reformas para desenvolver e alargar a sua luta de classe.

Quanto mais forte é a influência dos reformistas sobre os operários tanto mais fracos são os operários, tanto mais dependentes da burguesia, tanto mais fácil é para a burguesia reduzir as reformas a nada por meio de diversos subterfúgios. Quanto mais independente e profundo, quanto mais amplo pelos seus objetivos for o movimento operário, quanto mais livre ele for da estreiteza do reformismo, tanto melhor os operários conseguirão consolidar e utilizar as melhorias isoladas.

Trecho do artigo "Marxismo e Reformismo" de 1913.

Neste 22 de abril de 2025, celebramos 155 anos do nascimento de Vladimir Ilyich Ulianov, o Lenin.